sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Meu Monstro de estimação

Uma vez eu morri. Não literalmente, mas morri. Sabe quem me matou? Meu monstro de estimação.
Não, eu ainda não fiquei maluco, logo vocês vão entender.
Todos temos um pequeno monstro em nos, porém, eles não atacam a todos.
Algumas pessoas, certamente mais fortes que eu, conseguem conviver com ele lá, quietinho, sem jamais soltá-los.
Comigo não foi assim. Meu monstro foi mais forte que eu e num momento, eu o deixei sair.
Ele ficou ali, esperando o momento certo para atacar, que não demorou a chegar.
Primeiro, ele matou minha razão. Depois, matou meus sentidos. Me deixou cégo. Me fez ferir as pessoas que estavam mais próximas, pessoas a qual jurei protege-las.
Eu não morri quando ele me atacou, morri quando vi o que ele, meu monstro, fez aos outros.
Minha dor sempre foi suportável, Mas jamais suportei ver as pessoas sofrerem por minha causa.
Meu monstro me matou por que eu deixei acontecer, eu o alimentei, não o prendi quando era tempo.
Se vocês querem viver, não deixem seus monstros sairem, uma vez soltos, eles destroem tudo de valioso que possam ter.
Prenda-o, reforce a segurança, detenha-o e assim conseguirão viver em paz.
Meu monstro me matou. Mas ao matar sua fonte, seu hospedeiro, ele morreu também.
Eu tive uma segunda chance para viver, talvez você não tenha, portanto, cuide-se.
A recuperação é lenta, a caminhada dolorosa, mas não desistirei de viver.
Num belo dia vocês, os que me conhecem, verão este que vos escreve, vivo e feliz, pois foi para isso que o Pai me criou.

Meu monstro me matou, não mata mais.